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A dialética entre expressăo e construçăo é essencial para a compreensăo das principais obras e projetos do Modernismo e das Vanguardas do início do século XX. Herdado dos debates teóricos do Romantismo, o conceito de "expressăo" adquire novos sentidos e configura novas formas, enfrentando as contradiçőes da subjetividade em um mundo cada vez mais impiedoso. Neste interessante estudo, agora publicado em livro, Philippe Freitas analisa um dos momentos altos do Expressionismo, o monodrama Erwartung, de Arnold Schoenberg, composto em 1909. Buscando entender a relaçăo entre forma e expressăo nessa bela obra, Freitas analisa em detalhes a estrutura temático-motívica da peça, sua relaçăo com o texto de Marie Pappenheim, sua nova concepçăo de descontinuidade temporal e os gestos com que busca uma expressăo "năo-psicológica" da subjetividade, elementos que antecipam em certa medida as expectativas, choques e horrores da Grande Guerra. O livro discute ainda as reflexőes de Theodor Adorno sobre a obra de Schoenberg e sua importância para a crítica do fetichismo musical, constituindo uma relevante contribuiçăo para os estudos de Filosofia da Música em nosso país. (Jorge de Almeida, FFLCH-USP)