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Hoje, até mesmo partidos autodeclarados "de esquerda" defendem dogmas e concepçőes que năo se originaram de outro lugar, senăo das mais profundas trincheiras neoliberais. Um desses dogmas - ressoado por organismos como o Banco Mundial - apregoa que o pobre é o único responsável pela sua condiçăo, concepçăo esta fruto da chamada "teoria das capacidades". Nesta linha, programas sociais focalizados, condicionais e de transferęncias de rendas mínimas constituem o seu "estado da arte", por terem o potencial de ampliar o capital humano sem alteraçőes no establishment. Ao analisar as recomendaçőes do Banco Mundial em comparaçăo com as publicaçőes dos gestores da Política de Assistęncia Social no Brasil (na Gestăo Lula - 2003-2010), pode-se verificar a influęncia dessa ideologia no rumo e perfil adotados pelas políticas sociais brasileiras das últimas décadas. Neste sentido, este estudo reforça a hipótese de que tais fenômenos săo mecanismos concretos e estratégias de açőes políticas, econômicas e sociais, perpetrados por organismos influentes internacionalmente e orientados ideologicamente pelo credo neoliberal.