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A necessidade de conhecer os relatos das mulheres que passaram pela experięncia do aborto clandestino foi o ponto de partida deste trabalho. Os relatos que escutei percorrem uma zona delicada e ambígua, a qual desafia a noçăo dominante da maternidade como um dom, como o mais natural dos destinos. Ao questionar a naturalidade da maternidade me senti também, muitas vezes, clandestina. Clandestina quando foram confiados ŕ mim os mais íntimos segredos de mulheres que eu nem ao menos conhecia. Clandestina quando me vi na urgęncia de encontrar essas mulheres, escondidas em seu silęncio, dor e vergonha. Clandestina quando me deparei com a dificuldade de chegar ŕquelas que negam a maternidade em segredo e gostariam de esquecer. Impossível esquecer. Em nossa diferença, somos afetadas de maneiras muito particulares. Somos, no máximo, cúmplices. Fiéis cúmplices, ainda que involuntariamente, da violęncia e tortura de uma decisăo que nos faz todas criminosas. Mas somos cúmplices também do segredo, da solidariedade oferecida ŕquelas que, como nós, sentem que năo tęm outra saída. Cúmplices em nosso desejo de liberdade. Cúmplices em nossa clandestinidade.